Alterações de desenvolvimento dos dentes

DENTES NATAIS E NEONATAIS

11:14

A erupção dentária é um processo fisiológico normal que se inicia por volta dos seis meses de vida da criança, sendo os incisivos centrais inferiores os primeiros dentes a nascer na cavidade oral. Entretanto, tem sido relatado na literatura casos de crianças que já nascem com dentes erupcionados ou que erupcionam no primeiro mês de vida, que são denominados dentes natais e neonatais, respectivamente.1-3

Os dentes mais envolvidos são os incisivos centrais inferiores, podendo fazer parte da dentição decídua normal ou serem dentes supranumerários. Acomete mais o gênero feminino, possui baixa prevalência e a incidência de dentes natais é maior que a de neonatais na proporção de 3:1.1,4,5 A etiologia é desconhecida, mas alguns fatores estão associados a possíveis causas de erupção prematura como a hereditariedade, contribuição genética associadas a síndromes e anomalias.2,6,7

Os dentes natais e neonatais podem apresentar tamanhos e formas normais, porém na maioria das vezes, são pouco desenvolvidos, pequenos, cônicos, amarelados e hipoplásicos.1,8 Pela ausência de formação da raiz  podem ter grande mobilidade, sendo este o motivo de preocupação, pois a criança pode deglutir ou aspirar o dente. Podem causar traumas no mamilo do seio materno e ulcerações no ventre da língua do recém-nascido (Doença de Riga-Fede), dificultando e causando dor e desconforto durante a amamentação.1,2,6,9

As medidas terapêuticas incluem a exodontia  (extração) imediata do dente nos casos de mobilidade severa, o desgaste da borda incisal ou apenas o acompanhamento do caso.2,3,6,10,11 



Referências:
1. Diniz MB, Gondim JO, Pansani CA, Abreu-e-Lima FCB. A importância da interação entre odontopediatras e pediatras no manejo de dentes natais e neonatais. Rev Paul Pediatr 2008;26(1):64-9.         [ Links ]
2. Sevalho ML, Hanan AS, Filho AOA, Medina PO. Dentes natais: relato de caso clinico. Conscientiae Saúde 2011;10(1):160-5.
3. Monti CF, Rivera LB, Chianale FT, Helle CA, Flores MAP. Dientes natales: revision bibliográfica y caso clínico. Int J Odontostomat 2010;4(2):105-10.
4. Leung AKC, Robson WLM. Natal teeth: a review. J Natl Med Assoc 2006;98(2):226-8.
5. Basavanthappa NN, Kagathur U, RN, Suryaprakash ST. Natal and neonatal teeth: a retrospective study of 15 cases. Eur J Dent 2011;5(2):168-72.
6. Kadam M, Kadam D, Bhandary S, Hukkeri RY. Natal and neonatal teeth among cleft lip and palate infants . Natl J Maxillofac Surg 2013;4(1):73-6.
7. Cunha RF, Boer FA, Torriani DD, Frossard WT. Natal and neonatal teeth: review of the literature. Pediatr Dent 2001;23(2):158-62.
8. Maheswari NU, Kumar BP, Karunakaran, Kumaran ST. "Early baby teeth": folklore and facts. J Pharm Bioallied Sci 2012;4(2):329-33.
9. Costacurta M, Maturo P, Docimo R. Riga-Fede disease and neonatal teeth. Oral Implantol 2012;5(1):26-30.
10. Kovac J, Kovac D. Neonatal teeth. Bratisl Lek Listy 2011;112(11):648-50. 11. Farsi DJ, Ahmed MM. Natal and neonatal teeth. Saudi Med J 2014;35(5:499-503.
11. Ferreira FV, Machado MVS, Ardenghi TM, Praetzel JR. Manifestações sistêmicas e/ou locais associadas à erupção dos dentes decíduos: estudo retrospectivo. Pesq Bras Odontoped Clin Integr 2009;9(2):235-39.


Tumores dos tecidos moles

LIPOMA

20:09


O que é?
É um tumor benigno de gordura. Embora represente um processo patológico mais comum, muitos casos ocorrem no tronco e nas porções proximais das extremidades. A origem é incerta, mas os mesmos tendem a aparecer em indivíduos obesos. Ainda não se sabe a origem dos lipomas, como há uma leve tendência familiar para este tumor, imagina-se que existe um forte componente genético na sua formação.
Sintomas
O lipoma é um tumor assintomático, ou seja, a partir da palpação já se consegue identificá-lo sendo percebido geralmente muitos meses ou até anos antes do diagnóstico. Muitos possuem tamanhos entre 1cm a 3 cm, mas ocasionalmente podem tornar-se maiores, e também é detectada pela diferença na coloração do local tendo como base a cor amarela ou até mesmo se o mesmo for profundo a cor rosa.
Tratamento.
Os lipomas são tratados pela extração do local conservado, tendo reincidências raras, já os lipomas intramusculares têm mais chances de reincidência devido ao seu crescimento por meio de infiltrações, porém essa variante é rara na região oral.

REFERÊNCIA

NEVILLE B. W. et al. Patologia Oral e maxilofacial 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.     

Tumores odontogênicos

ODONTOMA

19:57


O que é?
São os tipos mais comuns de tumores odontogênicos. Os odontomas são considerados como anomalias do desenvolvimento, em vez de neoplasias verdadeiras. Quando totalmente desenvolvidos, os odontomas consistem principalmente em esmalte e dentina, com quantidades variáveis de polpa e cemento. São subdivididos em tipo composto e tipo complexo. O odontoma composto é formado por múltiplas estruturas pequenas, semelhantes a dentes. O odontoma complexo consiste em uma massa conglomerada de esmalte e dentina, que não exibe semelhança anatômica com um dente.
Sintomas
                A maioria dessas lesões é completamente assintomática, sendo descobertas durante o exame radiográfico de rotina ou quando são realizadas radiografias para determinar o motivo pelo qual um dente ainda não erupcionou.
Tratamento

Os odontomas são tratados por incisão local simples e o prognóstico é excelente.

REFERÊNCIA:
NEVILLE B. W. et al. Patologia Oral e maxilofacial 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009     

Cistos odontogênicos

CISTO DE ERUPÇÃO

19:51


O que é?
O cisto de erupção surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentemente translúcido, na mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção. A maioria dos exemplos é observada em crianças com menos de 10 anos de idade.  
Causas
Provavelmente, os cistos se desenvolvem devido a deposição de colágeno no tecido conjuntivo gengival, o que resultou em um teto pericoronário (tecido mole que recobre a coroa do dente) mais espesso e menos penetrável.
Sintomas
O trauma em sua superfície pode resultar em uma quantidade considerável de sangue, o que concede uma cor azul a marrom-arroxeada ao cisto. O aumento do volume gengival pode provocar dor, febre, diarreias, falta de apetite.
Tratamento
Pode não haver necessidade de tratamento porque o cisto geralmente se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Se isso não ocorrer, então a simples excisão do teto do cisto permite a erupção do dente.

REFERÊNCIA: NEVILLE B. W. et al. Patologia Oral e maxilofacial 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009 .

Tumores dos tecidos moles

NEUROFIBROMA E NEUROMA TRAUMÁTICO

19:47


NEUROFIBROMA

O neurofibroma é um crescimento celular (tumor neoplásia) que atinge o nervo trigêmeo (nervo craniano). Os neurofibromas podem se apresentar como tumores solitários, estes são mais comuns em adultos jovens e são indolores, amolecidas e de crescimento lento, que variam em tamanho, de pequenos nódulos a grandes tumores, com aumentos de volume. A pele é a localização mais comum, mas pode atingir a cavidade oral. Sendo atingida, a língua e a mucosa jugal são os locais intraorais mais comuns.


NEUROMA TRAUMÁTICO

O neuroma traumático é um crescimento de células para corrigir um dano ou injúria de um nervo, não é necessariamente uma neoplasia. Se este reparo for em um tecido cicatricial, ou não podem restabelecer a inervação irrompida, ocorre um aumento de volume semelhante a tumor pode se desenvolver no local da lesão.
Características:
·         Não é ulcerativa
·         Superfície lisa
·         Comumente dolorosa
·         Pode levar a anestesia ou disestesia

Procure um cirurgião dentista, para melhor diagnóstico, e tratamento, a excisão cirúrgica.
REFERÊNCIA:

NEVILLE, B. W. et al.  Patologia Oral e Maxilo Facial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

Tumores dos tecidos moles

HIPERPLASIA PAPILAR INFLAMATÓRIA

18:33


É um crescimento tecidual que ocorre devido um irritante no qual geralmente se desenvolve abaixa da dentadura. Sua patogênese exata é desconhecida, porém a condição mais frequentemente parece estar relacionada a prótese removível mal-adaptada, má higiene da prótese removível e uso da prótese removível 24 horas por dia
Características clínicas: Essa patologia acomete usualmente o
palato duro abaixo da base da dentadura e casos avançados podem acometam toda
a superfície do palato. Em raras ocasiões, a condição ocorre no palato de pacientes que não fazem uso de dentadura. É assintomática e apresenta uma coloração avermelhada e possui superfície “pedregosa” ou papilar.
A remoção da dentadura pode permitir a perda da coloração avermelhada e do edema, e os tecidos podem retornar à sua aparência próxima ao normal. A condição também pode mostrar melhora após o uso de terapia antifúngica. Para casos mais avançados muitos clínicos preferem optar pela intervenção cirúrgica retirando o tecido hiperplásico antes de confeccionar uma nova dentadura, onde após a cicatrização, o paciente deve ser encorajado a remover a prótese durante a noite e a mantê-la limpa.
REFERÊNCIA:

NEVILLE, B et al. Patologia oral e maxilofacial.  Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 

Patologia óssea

GRANULOMA PERIFÉRICO DE CÉLULAS GIGANTES

18:22

É um aumento semelhante a um tumor relativamente comum na cavidade bucal. É uma lesão reacional, provocada por agentes irritantes locais de trauma. Ocorre exclusivamente em gengiva ou na borda alveolar edêntulo, apresentando-se como uma massa nodular vermelha ou vermelho-azulada. Geralmente tem menos que 2 cm de diâmetro, mas pode ocorrer lesões maiores. Clinicamente é semelhante ao granuloma piogênico (reação tecidual exuberante a uma irritação local ou trauma).
Pode ocorrer em qualquer idade, mas prevalece na 5ª e 6ª década de vida. Aproximadamente 60% dos casos são em mulheres. A mandíbula ligeiramente é mais afetada que a maxila. Embora seja uma lesão de tecidos moles (gengiva, lábio, língua, etc).
Tratamento e prognóstico
Consiste na remoção cirúrgica local, abaixo do osso subjacente. Os dentes vizinhos devem ser raspados (com curetas periodontais), para eliminar qualquer foco de irritação e minimizar o risco de recorrência. Em aproximadamente 10% dos casos a recorrência.


REFERÊNCIA:

NEVILLE, B. W. Patologia oral e maxilofacial. 3.ed. Rio de Janeiro (RJ): Elsevler, 2011

Popular Posts