PAPILITE LINGUAL TRANSITÓRIA
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A papilite
lingual transitória (tochas na língua)representa uma doença oral comum que, por alguma razão, raramente
tem sido documentada. Os pacientes afetados sofrem uma deformação em alguns
pontos da língua formando algumas
bolhas na língua. Atualmente a origem dessa doença é
desconhecida, porém as lesões mais provavelmente resultam de várias influências.
As causas sugeridas incluem irritação local, estresse, doença gastrointestinal,
oscilação hormonal, infecção no aparelho respiratório superior, infecção viral
e hipersensibilidade tópica a alimentos, bebidas ou produtos para higiene oral.
Três padrões
de papilite lingual transitória foram documentados. O primeiro padrão é
localizado e envolve uma a várias papilas fungiformes que se tornam aumentadas
e se apresentam como pápulas elevadas vermelhas, mas que podem demonstrar uma
cobertura amarela, ulcerada. As lesões aparecem com mais frequência na região anterior
da superfície dorsal e associadas a dor leve a moderada e se resolvem espontaneamente
dentro de algumas horas a vários dias. Em um levantamento realizado entre 163
membros do corpo docente de uma faculdade de odontologia, 56% relataram
episódios prévios de papilite lingual transitória. Houve predominância nas
mulheres e a grande maioria relatou uma única papila afetada.
Em um
relato, a ocorrência das lesões pareceu estar associada a alergia alimentar.No
segundo padrão, o envolvimento é mais generalizado e afeta uma grande porcentagem
das papilas fungiformes da ponta e margem lateral da língua na superfície
dorsal . As papilas individuais são muito sensíveis, aumentadas, eritematosas e
ocasionalmente apresentam erosão focal da superfície. A febre e a
linfadenopatia cervical não são raras. Nestes casos, foi relatada a
disseminação entre os membros da família, sugerindo a possível correlação com um
vírus desconhecido. A resolução espontânea ocorre em cerca de 7 dias, com relatos
ocasionais de recidivas. O terceiro padrão de papilite lingual transitória também
demonstra um envolvimento mais difuso. As papilas alteradas são assintomáticas,
aparecem como pápulas elevadas brancas a amarelas e têm recebido o termo
variante papulo-ceratótica devido à espessa cobertura paraceratótica . Apesar
de estas lesões poderem ser o resultado de uma alergia tópica, a histopatologia
demonstra características similares às mordeduras crônicas e sugere a
possibilidade de um padrão incomum de hiperceratose friccional.
REFERÊNCIAS:
NEVILLE,
Brad W. Patologia Oral e maxilofacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. Xviii, 798 p, il. Tradução de: Oral e maxilofacial Pathology.
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